De outra forma os segredos da arte de rua
A mão desconhecida que leva, gratuitamente [frise-se!], a beleza para o caminho antes frio e indiferente, alimenta a curiosidade e o fascínio pelo segredo que mora dentro de cada um de nós.
Há um quê de misterioso nesses artistas que não mostram a cara, que surgem solitários na noite das ruas e deixam rasgos de cor para iluminar o dia. Esses urbanistas deixam em nós um misto de curiosidade e quase espanto por seu trabalho solitário, solidário a uma gente que nem se vê, silencioso e não remunerado [registre-se novamente!].
Além, esses artistas não se rebelam diante da perenidade de sua obra. Muros, fachadas, buracos, manchas... duram apenas o tempo das metrópoles, são consumidos rapidamente [como, de resto, tudo o mais].
Esses artesãos da beleza não terão o reconhecimento dos clássicos! Sua arte desaparecerá sob as cores neutras que normalmente se dão a muros e fachadas; os buracos serão devidamente tampados pelos excelentes [?!] serviços municipais; as manchas serão lavadas; árvores serão ceifadas para dar lugar a mais uma pista e assim tudo voltará a ser como antes... Pior, em alguns casos, correm o risco de serem trancafiados em uma cela e, até, responderem a processos movidos pelo Município.
Há um quê de abnegação nesses seres meio gnomos, meio mágicos. A arte transcende neles de uma forma quase incompreensível para nós, meros mortais. De uma forma quase anormal têm transformado a arte contemporânea, têm desvirginado o olhar de pessoas que nunca se depararam com a arte.
Sem comentários:
Enviar um comentário