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25 abril 2011

'' CRAVOS DE ABRIL _ OU COVEIROS ''






OS COVEIROS E O FUNERAL DE ABRIL EM BELÉM




Passados 37 anos de ver concretizado o sonho da libertação dos portugueses voltei a sonhar. Não nos moldes da minha infância esclarecida e participativa, nem da minha adolescência, nem da minha juventude, nem de como, já homem, reivindicava a manutenção da democracia e liberdades conquistadas à custa de muitas vidas, de muitas torturas, de muita repressão, de muitas misérias, fomes e maus tratos, de muita exploração, de imensas injustiças impostas por um regime ditatorial de quase meio século. Há 37 anos o derrube desse regime foi factual. Caiu estrondosamente graças ao passado tenebroso que nos foi imposto e a que jovens massacrados por uma guerra colonial velha de 13 anos souberam dizer e fazer BASTA!

Fui um desses jovens, como tantos. E o povo veio atrás, soltou-se. Com cravos selou a obediência aos capitães de Abril e ao espírito e luta dos antifascistas que por décadas sucumbiram nas masmorras da polícia política somente por lutarem por justiça, pela liberdade e pela democracia...


Foi um sonho bom e honroso. Decerto demasiado pretensioso no capítulo de pessoalmente, eu, um simplório, ir representar o povo português. Mas valeu. Foi só um sonho. Sonhei, mas isso não invalida que não vá ainda parar às masmorras por alegada difamação. Dos pulhas não se deve, não pode, esperar outra coisa.

Bem acordado, assisto agora ao Funeral de Abril, encabeçado por Cavaco Silva, ladeado dos pulhas. Lá estão eles, com pompa e circunstância. Com palavras feitas à medida das ilusões que nos querem incutir e das conveniências ocultas das matilhas que os ladeiam e que representam. Esta é a realidade. Não é um sonho mas sim um pesado.





Leia o sonho; um-sonho-em-abril-discurso.html

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